quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O ETERNO RETORNO









O Calendário Maia

   A civilização maia foi uma das primeiras civilizações a ter o conceito do numeral zero em suas inscrições. Alem deste conceito inovador, a língua Maia comparada com de outras sociedades pré-colombianas, era uma das mais complexas da América, atribuindo aos símbolos valores fonéticos, assim como a língua Egípcia antiga.
O calendário maia era usado para prever augúrios e estava ligado a uma enorme tecnologia astronômica para época. Este povo que não possuía os telescópios avançados de hoje, consegue a façanha de determinar o calendário mais preciso de todas as civilizações antigas rivalizando-se com calendário atual. Segundo Paul Geandrop:

“Todos os grandes povos da Mesoamérica sentiram-se poderosamente fascinados pelo mistério do cosmo: a recorrência cíclica e previsível dos fenômenos celestes; o ritmo infatigável das estações e a influência destas nas diversas fases da cultura do milho; o próprio ciclo da vida e da morte, do dia e da noite em sua alternância inexorável mas necessária. Com a finalidade de devassar mais profundamente o segredo dos astros, que para ele representava a vontade dos Deuses, o homem mesoamericano moldou, através dos séculos, um aparelho especulativo fortemente complexo.”


 Entendemos então que este calendário além de sagrado tinha a função de compreender o significado da  vida, da agricultura, e o do  “futuro” através dos céus, onde os  Maias liam os sortilégios.

Eskaton
    Jaques lê Goff em seu livro História e Memória conceitualiza o termo Eskaton, filologicamente como: O termo “escatologia” designa a doutrina dos fins últimos, isto é, o corpo de crenças relativas ao destino final do homem e do universo. Tem origem no termo Grego, geralmente empregado no plural ta eschata ou seja, “as ultimas coisas”. O tempo maia do fim Maia é claramente diferente do tempo linear cristão que conhecemos. O tempo desta civilização é circular, infinito e com intuito de renovação ad eternum
   Lê Goff cita em seu livro História e Memória, um autor muito proeminente nestes estudos,  Mircea Eliade, que afirma : “ poderíamos dizer, numa formula sumária, que, para os primitivos, o fim do mundo já existiu, embora se deva repetir num futuro mais ou menos próximo”. Nesta frase traduz exatamente o espírito da escatologia Maia, o caos anterior, se trará a posterior para a renovação, em um período cíclico e  faz alusão as datas destrutivas de seu calendário tão preciso. 
   Os Maias acreditavam que os astros regiam não somente a agricultura, mas todo o dia em suas manifestações metafísicas. Isso gira em torno do pensamento holístico Maia, em que acreditavam fazer parte de todo o universo, e não como hoje, cartesianamente separados.  Segundo  Mircea Eliade:

“Especialmente entre os Índios da América, a “maioria dos mitos do fim implica uma teoria cíclica, ou a crença de que uma catástrofe será seguida de uma nova criação, ou ainda, a crença numa regeneração universal, realizada sem cataclismo.” 

( Texto adaptado de O povo dos céus e suas profecias. Os maias e sua escatologia – um breve estudo comparado. Leandro Gama e Silva de Omena )


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