O Calendário Maia
A civilização maia foi uma das primeiras
civilizações a ter o conceito do numeral zero em suas inscrições. Alem deste
conceito inovador, a língua Maia comparada com de outras sociedades pré-colombianas, era uma das mais complexas da América, atribuindo aos símbolos
valores fonéticos, assim como a língua Egípcia antiga.
O calendário maia era usado para prever augúrios e estava ligado a uma enorme tecnologia
astronômica para época. Este povo que não possuía os telescópios avançados de
hoje, consegue a façanha de determinar o calendário mais preciso de todas as
civilizações antigas rivalizando-se com calendário atual. Segundo Paul
Geandrop:
“Todos os grandes povos da
Mesoamérica sentiram-se poderosamente fascinados pelo mistério do cosmo: a
recorrência cíclica e previsível dos fenômenos celestes; o ritmo infatigável
das estações e a influência destas nas diversas fases da cultura do milho; o
próprio ciclo da vida e da morte, do dia e da noite em sua alternância inexorável
mas necessária. Com a finalidade de devassar mais profundamente o segredo dos
astros, que para ele representava a vontade dos Deuses, o homem mesoamericano
moldou, através dos séculos, um aparelho especulativo fortemente complexo.”
Entendemos então que este calendário além de
sagrado tinha a função de compreender o significado da vida, da agricultura, e o do “futuro” através dos céus, onde os Maias liam os sortilégios.
Eskaton
Jaques lê Goff em seu livro História e Memória conceitualiza o
termo Eskaton, filologicamente como: O termo “escatologia” designa a doutrina
dos fins últimos, isto é, o corpo de crenças relativas ao destino final do
homem e do universo. Tem origem no termo Grego, geralmente empregado no plural ta
eschata ou seja, “as ultimas coisas”. O tempo maia do fim Maia é
claramente diferente do tempo linear cristão que conhecemos. O tempo desta
civilização é circular, infinito e com intuito de renovação ad eternum.
Lê Goff
cita em seu livro História e Memória, um autor muito proeminente nestes
estudos, Mircea Eliade, que afirma : “
poderíamos dizer, numa formula sumária, que, para os primitivos, o fim do mundo
já existiu, embora se deva repetir num futuro mais ou menos próximo”. Nesta
frase traduz exatamente o espírito da escatologia Maia, o caos anterior, se trará
a posterior para a renovação, em um período cíclico e faz alusão as datas
destrutivas de seu calendário tão preciso.
Os Maias acreditavam que os astros
regiam não somente a agricultura, mas todo o dia em suas manifestações
metafísicas. Isso gira em torno do pensamento holístico Maia, em que
acreditavam fazer parte de todo o universo, e não como hoje, cartesianamente separados. Segundo Mircea Eliade:
“Especialmente entre os Índios da América, a
“maioria dos mitos do fim implica uma teoria cíclica, ou a crença de que uma
catástrofe será seguida de uma nova criação, ou ainda, a crença numa
regeneração universal, realizada sem cataclismo.”
( Texto adaptado de O povo dos céus e suas profecias. Os maias e sua escatologia – um breve estudo comparado. Leandro Gama e Silva de Omena )
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